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sábado, 22 de fevereiro de 2014


Iêmen

Em um dos países menos evangelizados no mundo, os cidadãos não podem mudar de religião. Os que se convertem ao cristianismo enfrentam oposição e possível pena de morte
A Igreja e a Perseguição Religiosa
A Igreja
O cristianismo se estabeleceu na região enquanto o Iêmen estava sob o domínio do Império Romano, por volta do século IV.
O principal centro do cristianismo na Arábia foi o Iêmen. Há uma tradição que diz que, durante o reinado de Yazdegerd I (399-420) na Pérsia, um mercador chamado Hayyan, do Iêmen do reino Himyarites, foi para Constantinopla. Em seu retorno, ele parou no reino árabe afluente do Hirta, na fronteira leste do Eufrates persa. Lá, ele frequentou a companhia dos cristãos nestorianos*  e foi convertido à fé cristã. Em seu retorno ao Iêmen, anunciou o Evangelho no Iêmen, assim como nas localidades vizinhas.
Na cidade de Aden, um porto ao sul do país, existem três igrejas católicas romanas e uma anglicana. Há pouquíssimos iemenitas convertidos, que ainda não estão organizados em uma igreja regular. Muitos deles chegaram ao conhecimento de Jesus Cristo por meio de transmissões radiofônicas e mantêm suas identidades religiosas em sigilo, pois temem o que pode lhes acontecer, se forem descobertos.
Missionários e ONGs cristãs afiliadas a grupos de ajuda operam no país, mas a maioria restringe suas atividades às áreas médica, social e educacional.
*Adeptos do Nestorianismo. O Nestorianismo é uma doutrina de estudos cristológicos que analisa, sobretudo, a natureza divina de Cristo, fazendo separação entre o Cristo homem e o Cristo Deus, sem, contudo, negar ambas. O criador dessa doutrina foi o monge Nestório de Alexandria (380-451 d.C.), que se tornara Patriarca de Constantinopla em 428 d.C. Nestório foi considerado herege pelo Concílio de Éfeso (431 d.C) por afirmar que Maria não era a mãe de Deus, mas apenas de Jesus.
A Perseguição
As primeiras perseguições aos cristãos do Iêmen teriam partido dos judeus que já estavam no país, quando o cristianismo chegou lá. O rei Yazdegerd I a princípio apoiava o cristianismo, mas devido a uma revolta religiosa na região, quando um bispo católico tentou incendiar um templo zoroastra, viu-se forçado pelos magos zoroastras a perseguir e matar os cristãos. Muitos cristãos foram mortos e expulsos do reino.
Os cristãos sofreriam mais tarde, no século VII, com o advento do islamismo, que expulsou muitos do país. No final da década de 1960, os cristãos sofreram com o comunismo, que dominou a região sul (Iêmen do Sul), destruindo e confiscando igrejas.
Em 1994 estourou uma guerra civil no país, principalmente na região sul, onde igrejas foram queimadas ou seriamente danificadas. Após esse conflito, um grupo radical islâmico, Al Islah, pressionou o governo para a aprovação de uma constituição baseada na sharia.
A Constituição declara que o islamismo é a religião do Estado e que a Sharia (lei islâmica) é a fonte de toda a legislação. Muçulmanos e seguidores de outros grupos religiosos que não sejam o Islã são livres para adorar de acordo com suas crenças, no entanto o governo proíbe o proselitismo e a conversão de muçulmanos a outras religiões.
O emprego da sharia é mais comum na região norte do país, onde os muçulmanos são mais conservadores. A perseguição contra os muçulmanos que abandonam o islamismo é perpetrada principalmente pela família e pela sociedade.

fonte : Site portas abertas








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