Nigéria
A Igreja e a Perseguição Religiosa
A Igreja
A presença cristã no país data do século XIV, quando dois monges portugueses, Agostinho e Capuchine, chegaram à Nigéria com a finalidade de pregar o cristianismo. A primeira missão cristã só chegou ao país no século XIX, com os ingleses. O número de cristãos é maior na parte sul do país; já o norte é dominado por maioria muçulmana.
A colonização dos países da África pelos europeus, especialmente nos séculos XIX e XX, contribuiu de forma muito significativa para o crescimento da igreja cristã na Nigéria.
A Igreja tem crescido em diversas denominações: anglicana, batista e grupos pentecostais. Os líderes cristãos no norte do país sofrem grande pressão econômica e política.
A Igreja tem crescido em diversas denominações: anglicana, batista e grupos pentecostais. Os líderes cristãos no norte do país sofrem grande pressão econômica e política.
A Perseguição
O registro histórico do primeiro confronto entre cristãos e muçulmanos data do século XIX, quando um muçulmano chamado Fulani declarou uma guerra santa contra os muçulmanos infiéis e contra os descrentes (não muçulmanos), subjugando as cidades do norte do país e criando o Califado de Sokoto. É através de Fulani que surge na Nigéria o grupo étnico Hausa-Fulani.
Constitucionalmente, a Nigéria é um Estado laico com liberdade religiosa. Durante quase 40 anos, o governo no norte deu tratamento preferencial a muçulmanos, discriminando os cristãos. Pouco foi feito para pôr um fim à perseguição e, como resultado, muitas igrejas foram queimadas e cristãos, mortos.
Embora exista liberdade para evangelizar, há uma forte oposição dos muçulmanos contra aqueles cristãos que procuram praticar este ministério. A oposição islâmica já foi responsável pela morte de muitos mártires, especialmente na região norte do país. Apenas entre 1982 e 1996, ocorreram mais de 18 conflitos de grande escala entre cristãos e muçulmanos no norte da Nigéria. Tais conflitos deixaram um saldo de mais de 600 cristãos mortos e cerca de 200 igrejas incendiadas.
Os Estados não têm permissão para escolher uma religião. Entretanto, desde 1999, a lei islâmica, sharia, foi adotada em 12 Estados do norte. Alguns políticos do norte esperam que a introdução da sharia atraia uma significativa quantidade de grandes investidores de países árabes.
Apesar da garantia de que essa controvertida lei será aplicada somente aos muçulmanos, os cristãos nigerianos e os ex-muçulmanos temem discriminação sob o regime legal.Sabe-se que as garotas cristãs dos Estados islâmicos do norte são forçadas a usar o hijab, traje muçulmano feminino, quando frequentam uma escola pública. Apesar de as escolas mantidas pelo governo serem obrigadas a ensinar tanto a educação religiosa cristã como a muçulmana, as autoridades de muitas partes do norte impedem o ensino do cristianismo.
O estado de Jos, no norte do país, é o local de maior tensão entre cristãos e muçulmanos: entre 1999 e 2001, uma série de revoltas e motins ocorreu na cidade, onde mais de mil pessoas foram mortas. Em 2010 a cidade voltou aos noticiários por causa do enfrentamento entre ambos os grupos, num evento em mais de 500 pessoas foram assassinadas. As revoltas são impulsionadas por questões políticas, econômicas e religiosas. No natal de 2011 diversos ataques a bomba foram feitos contra igrejas cristãs nos quais mais de 40 pessoas foram mortas. O grupo radical islâmico Boko Haram assumiu a autoria dos atentados. Nos ultimos anos houve um significativo aumento da violência sectária no país, principalmente na região norte de maioria muçulmana.
Fonte : http://www.portasabertas.org.br/cristaosperseguidos/perfil/nigeria/
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