sexta-feira, 24 de maio de 2013
capitulo 37
Sobre isto também treme o meu coração, e salta do seu lugar.
Atentamente ouvi a indignação da sua voz, e o sonido que sai da sua boca.
Ele o envia por debaixo de todos os céus, e a sua luz até aos confins da terra.
Depois disto ruge uma voz; ele troveja com a sua voz majestosa; e ele não os detém quando a sua voz é ouvida.
Com a sua voz troveja Deus maravilhosamente; faz grandes coisas, que nós não podemos compreender.
Porque à neve diz: Cai sobre a terra; como também à garoa e à sua forte chuva.
Ele sela as mãos de todo o homem, para que conheçam todos os homens a sua obra.
E as feras entram nos seus esconderijos e ficam nas suas cavernas.
Da recâmara do sul sai o tufão, e do norte o frio.
Pelo sopro de Deus se dá a geada, e as largas águas se congelam.
Também de umidade carrega as grossas nuvens, e esparge as nuvens com a sua luz.
Então elas, segundo o seu prudente conselho, se espalham em redor, para que façam tudo quanto lhes ordena sobre a superfície do mundo na terra.
Seja que por vara, ou para a sua terra, ou por misericórdia as faz vir.
A isto, ó Jó, inclina os teus ouvidos; para, e considera as maravilhas de Deus.
Porventura sabes tu como Deus as opera, e faz resplandecer a luz da sua nuvem?
Tens tu notícia do equilíbrio das grossas nuvens e das maravilhas daquele que é perfeito nos conhecimentos?
Ou de como as tuas roupas aquecem, quando do sul há calma sobre a terra?
Ou estendeste com ele os céus, que estão firmes como espelho fundido?
Ensina-nos o que lhe diremos: porque nós nada poderemos pôr em boa ordem, por causa das trevas.
Contar-lhe-ia alguém o que tenho falado? Ou desejaria um homem que ele fosse devorado?
E agora não se pode olhar para o sol, que resplandece nas nuvens, quando o vento, tendo passado, o deixa limpo.
O esplendor de ouro vem do norte; pois, em Deus há uma tremenda majestade.
Ao Todo-Poderoso não podemos alcançar; grande é em poder; porém a ninguém oprime em juízo e grandeza de justiça.
Por isso o temem os homens; ele não respeita os que se julgam sábios de coração.
capitulo 38
Depois disto o SENHOR respondeu a Jó de um redemoinho, dizendo:
Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?
Agora cinge os teus lombos, como homem; e perguntar-te-ei, e tu me ensinarás.
Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência.
Quem lhe pôs as medidas, se é que o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel?
Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina,
Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus jubilavam?
Ou quem encerrou o mar com portas, quando este rompeu e saiu da madre;
Quando eu pus as nuvens por sua vestidura, e a escuridão por faixa?
Quando eu lhe tracei limites, e lhe pus portas e ferrolhos,
E disse: Até aqui virás, e não mais adiante, e aqui se parará o orgulho das tuas ondas?
Ou desde os teus dias deste ordem à madrugada, ou mostraste à alva o seu lugar;
Para que pegasse nas extremidades da terra, e os ímpios fossem sacudidos dela;
E se transformasse como o barro sob o selo, e se pusessem como vestidos;
E dos ímpios se desvie a sua luz, e o braço altivo se quebrante;
Ou entraste tu até às origens do mar, ou passeaste no mais profundo do abismo?
Ou descobriram-se-te as portas da morte, ou viste as portas da sombra da morte?
Ou com o teu entendimento chegaste às larguras da terra? Faze-mo saber, se sabes tudo isto.
Onde está o caminho onde mora a luz? E, quanto às trevas, onde está o seu lugar;
Para que as tragas aos seus limites, e para que saibas as veredas da sua casa?
De certo tu o sabes, porque já então eras nascido, e por ser grande o número dos teus dias!
Ou entraste tu até aos tesouros da neve, e viste os tesouros da saraiva,
Que eu retenho até ao tempo da angústia, até ao dia da peleja e da guerra?
Onde está o caminho em que se reparte a luz, e se espalha o vento oriental sobre a terra?
Quem abriu para a inundação um leito, e um caminho para os relâmpagos dos trovões,
Para chover sobre a terra, onde não há ninguém, e no deserto, em que não há homem;
Para fartar a terra deserta e assolada, e para fazer crescer os renovos da erva?
A chuva porventura tem pai? Ou quem gerou as gotas do orvalho?
De que ventre procedeu o gelo? E quem gerou a geada do céu?
Como debaixo de pedra as águas se endurecem, e a superfície do abismo se congela.
Ou poderás tu ajuntar as delícias do Sete-estrelo ou soltar os cordéis do Orion?
Ou produzir as constelações a seu tempo, e guiar a Ursa com seus filhos?
Sabes tu as ordenanças dos céus, ou podes estabelecer o domínio deles sobre a terra?
Ou podes levantar a tua voz até às nuvens, para que a abundância das águas te cubra?
Ou mandarás aos raios para que saiam, e te digam: Eis-nos aqui?
Quem pôs a sabedoria no íntimo, ou quem deu à mente o entendimento?
Quem numerará as nuvens com sabedoria? Ou os odres dos céus, quem os esvaziará,
Quando se funde o pó numa massa, e se apegam os torrões uns aos outros?
Porventura caçarás tu presa para a leoa, ou saciarás a fome dos filhos dos leões,
Quando se agacham nos covis, e estão à espreita nas covas?
Quem prepara aos corvos o seu alimento, quando os seus filhotes gritam a Deus e andam vagueando, por não terem o que comer?
capitulo 39
Sabes tu o tempo em que as cabras montesas têm filhos, ou observastes as cervas quando dão suas crias?
Contarás os meses que cumprem, ou sabes o tempo do seu parto?
Quando se encurvam, produzem seus filhos, e lançam de si as suas dores.
Seus filhos enrijam, crescem com o trigo; saem, e nunca mais tornam para elas.
Quem despediu livre o jumento montês, e quem soltou as prisões ao jumento bravo,
Ao qual dei o ermo por casa, e a terra salgada por morada?
Ri-se do ruído da cidade; não ouve os muitos gritos do condutor.
A região montanhosa é o seu pasto, e anda buscando tudo que está verde.
Ou, querer-te-á servir o boi selvagem? Ou ficará no teu curral?
Ou com corda amarrarás, no arado, ao boi selvagem? Ou escavará ele os vales após ti?
Ou confiarás nele, por ser grande a sua força, ou deixarás a seu cargo o teu trabalho?
Ou fiarás dele que te torne o que semeaste e o recolha na tua eira?
A avestruz bate alegremente as suas asas, porém, são benignas as suas asas e penas?
Ela deixa os seus ovos na terra, e os aquenta no pó,
E se esquece de que algum pé os pode pisar, ou que os animais do campo os podem calcar.
Endurece-se para com seus filhos, como se não fossem seus; debalde é seu trabalho, mas ela está sem temor,
Porque Deus a privou de sabedoria, e não lhe deu entendimento.
A seu tempo se levanta ao alto; ri-se do cavalo, e do que vai montado nele.
Ou darás tu força ao cavalo, ou revestirás o seu pescoço com crinas?
Ou espantá-lo-ás, como ao gafanhoto? Terrível é o fogoso respirar das suas ventas.
Escava a terra, e folga na sua força, e sai ao encontro dos armados.
Ri-se do temor, e não se espanta, e não torna atrás por causa da espada.
Contra ele rangem a aljava, o ferro flamante da lança e do dardo.
Agitando-se e indignando-se, serve a terra, e não faz caso do som da buzina.
Ao soar das buzinas diz: Eia! E cheira de longe a guerra, e o trovão dos capitães, e o alarido.
Ou voa o gavião pela tua inteligência, e estende as suas asas para o sul?
Ou se remonta a águia ao teu mandado, e põe no alto o seu ninho?
Nas penhas mora e habita; no cume das penhas, e nos lugares seguros.
Dali descobre a presa; seus olhos a avistam de longe.
E seus filhos chupam o sangue, e onde há mortos, ali está ela.
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